BioAssay 4:4 (2009) | ISSN: 1809-8460 | ||
CONTROLE QUÍMICO |
|||
PEDRO T. YAMAMOTO1, MARCOS R. FELIPPE1, ANDRÉ L. SANCHES1, JULIANA H. C. COELHO1, LUIZ F. GARBIM1 E NIVIAN L. XIMENES1 1FUNDECITRUS
- Av. Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201 - Vila Melhado
Caixa Postal 391, Araraquara-SP, 14801-970. Enviado em: 06/VIII/2008; Aceito em: 30/XI/2008; Publicado em: 04/VIII/2009 Efficacy of Insecticides for Managing Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae) in citrus ABSTRACT - The purpose of this research was to evaluate the efficiency of systemic and spray insecticides to control Diaphorina citri in citrus orchard. The experiments was carried out in the Marchesan Farm, located in the municipality of Matão, SP, in Valencia sweet orange on Rangpur lime orchard. The evaluations were consisted in the counting of adults present on the plant canopy, walking around the canopy, and observation of four new branches/plant, taken randomly in the periphery of the Valencia sweet orange canopy for nymphs, considering the absence or presence. In spray, the insecticides thiamethoxam, imidacloprid, acetamiprid, lambda-cyhalothrin, deltamethrin, fenpropathrin, methidathion, dimethoate, ethion, thiamethoxam + lambda-cyhalothrin, abamectin and etofenproxi were efficient to control adults and nymphs of D. citri, and could be an option to reduce the vector population. In application in the soil, drench or injected, for thiamethoxam, aldicarb and imidacloprid, the control period for adults and nymphs were from 45 to 60 days in 2-year-old sweet orange. KEYWORDS
-
psyllid, Citrus sinensis,
chemical control, huanglongbing.
PALAVRAS-CHAVE – psilídeo, Citrus sinensis, controle químico, huanglongbing. Plantas do gênero Citrus são afetadas por inúmeras pragas, algumas causam danos diretos e outras são consideradas problemas por serem vetores de patógenos (Parra et al. 2003). Em virtude desse grande número de pragas, a cultura é altamente dependente dos agroquímicos para redução populacional e diminuição dos danos e prejuízos provocados pelos insetos e ácaros, e em certos casos para evitar a transmissão de fitopatógenos. O huanglongbing (HLB), ou "greening", e a clorose variegada dos citros (CVC), ou "amarelinho", juntamente com o cancro cítrico, são as principais doenças bacterianas que ocorrem em citros no Brasil. São doenças altamente preocupantes e prejudiciais, que podem inviabilizar a produção citrícola do país. A CVC e o HLB são doenças importantes, pois, além de causar danos e prejuízos diretos, apresentam vetores que disseminam seus agentes causais. O HLB, causado por bactéria de floema do gênero Candidatus Liberibacter e transmitido por psilídeo, é considerada a mais destrutiva doença de citros no mundo (Bové 2006). No Brasil, a doença foi relatada em março de 2004, em pomares da região de Araraquara, no Estado de São Paulo (Teixeira et al. 2005a). Os agentes causais são as bactérias Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus Liberibacter americanus, sendo a segunda uma nova espécie, somente encontrada no Brasil (Teixeira et al. 2005b). Ao contrário do patossistema citros-Xylella fastidiosa-cigarrinhas, que apresenta 12 vetores da bactéria, no HLB existe somente um vetor, o psilídeo Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae), que já era conhecido como vetor da bactéria Ca. L. asiaticus (Capoor et al. 1967, Halbert & Manjunah 2004), também presente no Brasil. A constatação da transmissão de Ca. L. americanus por D. citri se deu em junho de 2006 (Yamamoto et al. 2006). O manejo do HLB baseia-se no plantio de mudas sadias, produzidas em viveiros protegidos, na eliminação do inóculo e no controle químico do vetor (Bové 2006, Lopes 2006). Devido à baixa eficiência de transmissão dos patógenos por D. citri (Halbert & Manjunah 2004), o controle químico é uma ferramenta importante para diminuir a disseminação e transmissão dos patógenos. Para controle de D. citri podem ser utilizados inseticidas sistêmicos e de contato, contudo pouco se conhece a respeito de suas eficiências. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência de inseticidas sistêmicos e de contato no controle do psilídeo D. citri em laranjeira. Material e Métodos Efeito de inseticidas de contato no controle de D. citri. O experimento foi realizado na Fazenda Marchesan, localizada no município de Matão, SP, coordenadas geográficas 21°38’15,29” S e 48°23’38,39” O, em pomar de laranjeira ‘Valência’, enxertada sobre limoeiro ‘Cravo’, plantado em junho de 2002. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com três repetições, sendo cada parcela constituída de duas plantas. Os inseticidas testados e respectivas doses encontram-se listados na Tabela 1. A
aplicação dos inseticidas foi
realizada em 14 de dezembro de 2004, utilizando-se um equipamento com
pistola
de pulverização adaptado sobre pick-up,
pressão de 300 lbf/pol2 e
volume de quatro litros de calda /planta. As
avaliações consistiram da
contagem de adultos presentes nas plantas, caminhando-se ao redor da
copa. Para
ninfas, observaram-se quatro ramos novos/planta, tomados ao acaso na
periferia
da copa da laranjeira, considerando-se ausência ou
presença das ninfas. Para
análise foi considerada a porcentagem de ramos infestados.
As avaliações foram
realizadas antes da aplicação e aos 0,04; 1; 3;
7; 14; 21 e 30 dias após a
aplicação para adultos e para ninfas
não foi realizada a ultima avaliação,
pois
não havia mais presença de ninfa na
área. Os dados obtidos foram plotados em gráficos e obteve-se também, para cada tratamento, a área abaixo da curva de flutuação populacional (AACF) de adultos e ninfas de D. citri, baseado em Campbell & Madden (1990). Essa metodologia foi utilizada por ser possível, com um único valor, comparar a população de D. citri ao longo do tempo nos diferentes tratamentos. Para a comparação das médias da AACF, para cada tratamento, utilizou-se o teste de Tukey (P=0,05). Efeito de inseticidas sistêmicos no controle de D. citri. O experimento foi realizado no mesmo talhão da propriedade do experimento anterior. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com três repetições, sendo cada parcela constituída de quatro plantas na linha. Os inseticidas testados e respectivas doses encontram-se listados na Tabela 2. A aplicação dos inseticidas foi realizada no dia 6 de dezembro de 2004. Os produtos aplicados em “drench” foram diluídos em água e aplicou-se um volume de 200 mL de calda/ planta. Os inseticidas imidacloprido (Winner 200 SL) e acetamiprido (Convence 200 SL) foram aplicados, sem diluição em água, com um aplicador específico (Walmur Instrumentos Veterinários Ltda), constituído por uma barra com gatilho dosador manual, sendo que em uma das extremidades possui um bico por onde o produto é aspergido e na outra se coloca o frasco do inseticida. Os inseticidas na formulação granulada foram aplicados com matraca, sendo a dose dividida em 4 pontos por planta. Os produtos injetados no solo foram diluídos em água e aplicados com aplicador especifico, gastando-se um volume de 136 mL de calda/planta em quatro pontos/planta. As avaliações consistiram na contagem de ramos com presença de ninfas. Foram observados quatro ramos novos/planta, tomados ao acaso na periferia da copa da laranjeira, e considerou-se ausência ou presença das ninfas. Para análise foi considerado a porcentagem de ramos infestados. Os dados
obtidos foram
plotados em figuras e obteve-se também, para cada
tratamento, a curva de regressão
de mortalidade, que foi calculado pela fórmula de Henderson
& Tilton (1955).
Efeito
de
inseticidas de contato no controle de D. citri.
Todos
os
inseticidas de contato testados reduziram a
população de adultos de D.
citri no campo, com alta eficiência,
aos 0,04 dias após a aplicação (1 hora
após), e manteve a população baixa
até
aos 30 DAA (Fig. 1).
Comparando-se os inseticidas dos diferentes grupos
químicos, constatou-se que não houve
diferença entre eles. Apesar de tiametoxam
ter sido utilizado na concentração de Quanto
ao controle de ninfas,
constatou-se que a redução foi mais lenta que
para adultos (Fig. 2).
Após sete
dias da aplicação, a
população em todos os tratamentos manteve-se
abaixo da
testemunha. O efeito mais lento sobre as ninfas pode ter sido devido
à
necessidade de mais tempo para proporcionar alta mortalidade e/ou
à dificuldade
da avaliação das ninfas mortas, que ficam por um
tempo presa aos ramos novos,
local preferido de postura e de desenvolvimento ninfal (Halbert
& Manjunah
2004). A avaliação foi realizada
até
21 DAA, pois com a emergência dos adultos,
houve uma diminuição da
população de ninfas na testemunha. Assim como
para
adultos, tiametoxam ( Analisando os dados da AACF, tanto para adultos como para ninfas de D. citri, observou-se que todos os tratamentos diferiram estatisticamente da testemunha(Figs. 3 e 4). Entretanto, não houve diferença entre os inseticidas testados no controle de adultos (F = 7,39; g.l. = 12, 24; P < 0,05) (Fig. 3). Para as ninfas, deltametrina diferiu de tiametoxam, dimetoato e etiona, os quais apresentaram menor área abaixo da curva de flutuação (F = 14,42; g.l .= 12, 24; P < 0,05) (Fig. 4). Gravena et al.
(2006) constataram que
lambda-cialotrina, abamectina, tiametoxam e malatiom mantiveram a
densidade
populacional de D. citri estatisticamente inferior
à testemunha até
aos 35 dias após a aplicação. No
experimento realizado pelos autores, a dose
empregada de tiametoxam foi a mesma utilizada nesse experimento. A
eficiência
de etofenproxi no controle de D. citri
também foi comprovada por Batistella
et
al. (2006). O
efeito de metidatiom e deltametrina no controle do
vetor foi estudado por Araujo
Júnior et
al. (2006). Apesar de testar produtos comerciais
diferentes,
Suprathion 400
CE e Keshet 25 CE, respectivamente, os resultados foram similares aos
relatados
nesse trabalho. De
maneira diferente ao obtido nesse trabalho, De
Salvo et al. (2006)
constataram que
imidaclopride foi altamente eficiente no controle de D.
citri até aos 28 dias, enquanto que dimetoato e
etiona foram
eficientes até aos 21 dias. Quando
foram comparados os inseticidas das diferentes
classes, disponíveis para utilização
em citros, nenhum se destacou, podendo ser
utilizados no controle de D. citri.
Entretanto, a escolha deve recair, além da
eficiência, na sua seletividade aos
inimigos naturais, na toxicidade ao homem e no custo beneficio. Como
é uma
pulverização em área total, a escolha
de um inseticida de baixa seletividade
pode levar a morte dos inimigos naturais e consequentemente ao surto de
pragas
secundárias. Efeito de inseticidas sistêmicos no controle de D. citri. Para os dois inseticidas aplicados em drench, com o aumento da dose houve um aumento do período de controle da ninfa de D. citri (Fig. 5). O período para atingir 80% de eficiência, para os inseticidas aplicados via “drench”, foi de 20 a 25 dias, tempo necessário para absorção e translocação do ingrediente ativo. O período de controle, com eficiência superior a 80% foi de 50 a 60 dias (Fig. 5). A eficiência de imidaclopride no controle de D. citri também foi comprovada por De Salvo et al. (2006). Assim como
os inseticidas aplicados via “drench”, o
imidacloprido aplicado no tronco da
planta levou cerca de 20 dias para atingir 80% de mortalidade com um
período de
controle de Comparando-se os inseticidas sistêmicos aplicados via solo, tiametoxam e aldicarbe, observou-se que houve um aumento progressivo da eficiência, atingindo pico máximo por volta dos 40 dias após a aplicação e o período residual foi de 50 a 60 dias (Fig. 7 A). Para atingir 80% de mortalidade foi necessário de 20 a 25 dias. De Salvo et al. (2006) relatam que aldicarbe foi eficiente até aos 127 dias após a aplicação, diferentes do resultado obtido nesse experimento. Todavia, o experimento realizado pelos autores foi em plantas de um ano, enquanto que este foi realizado em plantas de 2,5 anos, o que pode ter levado à diferença nos resultados obtidos. Os resultados para os inseticidas aplicados injetados no solo foram os mesmos para os demais inseticidas sistêmicos (Fig. 7 B). Entretanto, analisando-se as curvas de regressão observa-se que tiametoxam, aos 60 dias, apresentou uma eficiência superior ao de imidacloprido nessa modalidade de aplicação, e, com o aumento da dose houve uma maior eficiência proporcionada por tiametoxam (Fig. 7 B). Para
controle de D.
citri, os citricultores têm à
disposição um grande número de
inseticidas,
desde aqueles com ação de contato como aqueles
com ação sistêmica, e com
diferentes modos de ação, que devem ser
utilizados para a redução populacional
de D. citri, evitando dessa maneira
a
transmissão e disseminação das
bactérias que causam o “greening”. Entre
os
inseticidas aplicados em pulverização
não se observou uma diferença muito
grande em relação à
eficiência no controle do vetor, portanto, para a escolha
do inseticida a ser aplicado deve-se levar em
consideração a sua seletividade
aos inimigos naturais, compatibilidade com fungos
entomopatogêncos, custo e
histórico de aplicação para efetuar a
rotação. Esses mesmos inseticidas
controlam também as cigarrinhas vetoras da
bactéria Xylella fastidiosa,
e estratégias de manejo em conjunto devem ser
adotadas para racionalizar a utilização dos
defensivos agrícolas. Entretanto, o
uso indiscriminado desses inseticidas pode levar aos efeitos colaterais
indesejáveis, tais como surtos de pragas
secundárias e em caso de uso continuo
de um mesmo inseticida, o desenvolvimento de resistência de
pragas, que levaria
invariavelmente ao aumento do custo de produção
dos citros. Literatura
Citada
Araújo Jr., N., J.L. Silva, S. Gravena, S.R. Benvenga, R. Gravena, A.R. Gravena, M.J. Batistella & L.C.S. Amorim. 2006. Linha Milênia Agro para o controle químico do psilídeo, Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae), em citros, Citrus sinensis Osbeck. In: Proceedings of the Huanglongbing - greening International Workshop, 1., Ribeirão Preto: Fundecitrus, 2006. p.116. Batistella, M.J., J.L. Silva, S. Gravena, S.R. Benvenga, N. Araújo Jr., R. Gravena, A.R. Gravena & L.C.S. Amorim. 2006. Efeito de etofenprox e esfenvalerate no controle do psilídeo, Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae), em citros, Citrus sinensis Osbeck. In: Proceedings of the Huanglongbing - greening International Workshop, 1., Ribeirão Preto: Fundecitrus, 2006. p.115. Bové, J.M. 2006. Huanglongbing: a destructive, newly-emerging, century-old disease of citrus. Journal of Plant Pathology 88: 7-37. Campbell, C.L. & L.V. Madden. 1990. Introduction to plant disease epidemiology. John Wiley & Sons, New York. Capoor, S.P., D.G. Rao & S.M. Viswanath. 1967. Diaphorina citri Kuway., a vector of the greening disease of citrus in India. Indian Journal of Agricultural Science 37: 572-576. De Salvo, S., M. Suzuki & J. Fiorelli. 2006. Controle químico de Diaphorina citri, vetor de Huanglongbing com diferentes inseticidas aplicados por diferentes métodos de aplicação. In: Proceedings of the Huanglongbing - greening International Workshop, 1., Ribeirão Preto: Fundecitrus, 2006. p.111. Gravena, A.R., N. Araújo Jr., J.L. Silva, S. Gravena, S.R. Benvenga, R. Gravena, M.J. Batistella & L.C.S. Amorim. 2006. Inseticidas da linha Syngenta ara o manejo do psilídeos, Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae), em citros, Citrus sinensis Osbeck. In: Proceedings of the Huanglongbing - greening International Workshop, 1., Ribeirão Preto: Fundecitrus, 2006. p.114. Halbert, S.E. & K.L. Manjunah. 2004. Asian citrus psyllids (Sternorryncha: Psyllidae) and greening disease of citrus: A literature review and assessment of risk in Florida. Fla Entomol. 87: 3330-353. Henderson, C.F. & E.W. Tilton. 1955. Tests with acaricides against the brow wheat mite. J. Econom. Entomol. 48: 157-161. Lopes, S.A. 2006. Situação do huanglongbing no Estado de São Paulo. In: Zambolin, L & Bassanezi, R.B. (Eds). Doenças quarentenárias dos citros. Viçosa: UFV. p. 175-193. Nakano, O., C.A. Leite, A.C.P. Florim. 1999. Controle químico do psilídeo dos citros, Diaphorina citri(Hemiptera: Psyllidae). Laranja 20: 319-328. Parra, J.R.P., H. N. de Oliveira & A. de S. Pinto. 2003. Guia ilustrado de praga e insetos benéficos dos citros. Piracicaba: A. S. Pinto, 140p. Teixeira, D.C., J.L. Danet, S. Eveillard, E.C. Martins, W.C. de Jesus Jr, P.T. Yamamoto, S.A. Lopes, R.B. Bassanezi, A.J. Ayres, C. Saillard & J.M. Bové. 2005a. Citrus huanglongbing in São Paulo, Brazil: PCR detection of the 'Candidatus' Liberibacter species associated with the disease. Mollecular and Cellular Probe 19: 173-179. Teixeira, D.C., C. Saillard, S. Eveillard, J.L. Danet, A.J. Ayres & J.M. Bové. 2005b. "Candidatus Liberibacter americanus", associated with citrus huanglongbing (greening disease) in São Paulo State, Brazil. International Journal of Systematic Evolution Microbiology 55: 1857-1862. Yamamoto,
P.T., M.R. Felippe, L.F. Garbim, J.H.C. Coelho, N.L. Ximenes, E.C.
Martins, A.P.R. Leite, M.C. Sousa. D.P. Abrahão &
J.D. Braz. 2006. Diaphorina citri Kuwayama (Hemiptera: Psyllidae):
vetor da bacteria Candidatus Liberibacter americanus. In: Proceedings
of the Huanglongbing - greening International Workshop, 1.,
Ribeirão Preto: Fundecitrus, 2006. p.96. |