BioAssay 4:8 (2009) | ISSN: 1809-8460 |
EXTRATOS VEGETAIS |
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Eliane D.
Quintela1
e Patrícia V. Pinheiro1 1Embrapa Arroz e Feijão, Rod. Goiânia a Nova Veneza Km 12, Caixa postal 179, 75375-000, Santo Antônio de Goiás, GO, quintela@cnpaf.embrapa.br, patricia@cnpaf.embrapa.br Enviado em: 07/VII/2008 Aceito em: 26/VI/2009; Publicado em: 13/XI/2009 Oviposition reduction of Bemisia tabaci (Genn.) biotype B (Hemiptera: Aleyrodidae) on dry bean leaves treated with botanical extracts ABSTRACT - The effects of botanical
extracts on the oviposition of Bemisia tabaci (Genn.)
biotype B and the neem oil Azadirachta indica A.
Juss persistence on leaves of dry bean Phaseolus vulgaris
L. were evaluated. The
commercial products of neem, Nimkol-LS (extract of seeds and leaves),
Nim-I-Go (oil) and Dalneem (oil), crushed tobacco (Nicotiana
tabacum L.), commercial extract from neem leaves, homemade
aqueous extracts from neem and rue leaves (Ruta
sp.) were tested. The number of eggs laid on bean leaf surface was
evaluated after six hours of releasing. To evaluate the persistence of
neem on bean leaves, groups of plants sprayed on the adaxial or abaxial
surfaces of the leaves with Dalneem at 0, 0.25, 0.5 and 1.0 % (v/v)
were offered to adults of whitefly at the same day of spraying and
after two and four days. In the second experiment, groups of plants
sprayed on the abaxial surfaces of the leaves with Dalneem at 0, 0.5
and 1.0 % (v/v) were offered to the insects at the same day of spraying
and after three, five and seven days. All of the products tested
reduced the oviposition in relation to the control, excepting the
commercial extract from neem leaves. The number of eggs on the leaves
reduced with increasing in the concentrations of the products. The neem
oil sprayed on abaxial surface of the bean leaves at doses ³ 1.0 %
can reduce the whitefly oviposition over 80 % by ³ 7 days.
Key words - Azadirachta indica, Nicotiana tabacum, Ruta sp., persistence, whitefly. RESUMO - Foi
avaliado o efeito de extratos botânicos sobre a
oviposição de Bemisia tabaci Genn.
biótipo B e a persistência do óleo de
nim, Azadirachta indica A. Juss., em
folhas de feijoeiro(Phaseolus
vulgaris L.).
Utilizaram-se os produtos comerciais à base de nim,
Nimkol-LS (extrato de sementes e folhas de nim), Dalneem e Nim-I-Go
(ambos óleos emulsionáveis de nim), fumo (Nicotiana
tabacum L.) moído, extrato comercial de folhas
de nim, extratos aquosos caseiros de folhas de nim e de arruda (Ruta
sp.). Avaliou-se o número de ovos por folha após
seis horas de infestação. Para avaliar a
persistência do óleo de nim sobre folhas de
feijoeiro, grupos de plântulas pulverizadas na face adaxial
ou abaxial das folhas com Dalneem a 0, 0,25, 0,5 e 1,0 % (v/v), foram
colocados em contato com adultos da mosca-branca no mesmo dia da
pulverização e após dois e quatro
dias. No segundo experimento, grupos de plântulas
pulverizadas na face abaxial das folhas com Dalneem a 0, 0,5 e 1,0 %
(v/v), foram colocados em contato com adultos no mesmo dia da
pulverização e após três,
cinco e sete dias. Todos os produtos testados reduziram
significativamente a oviposição em
relação à testemunha, exceto o extrato
comercial de folhas de nim. O número de ovos nas folhas
diminuiu com o aumento da concentração dos
produtos. Quando pulverizado na face inferior das folhas em
concentrações ³ 1,0 %,
o óleo de nim reduziu a oviposição da
mosca-branca acima de 80%.
Palavras-chave
- Azadirachta indica, Nicotiana
tabacum, Ruta sp.,
persistência, mosca-branca.
A mosca-branca, Bemisia
tabaci (Genn.), é uma das principais pragas do
feijoeiro e vem inviabilizando a produção desta
cultura em algumas regiões do país, devido
às altas infestações, principalmente
no plantio do final da estação chuvosa (Barbosa et
al. 2004). A transmissão do Vírus do
Mosaico Dourado pela mosca-branca pode atingir 100% das plantas quando
infestadas no início de seu desenvolvimento. Entre os
principais danos causados por essa virose estão as
deformações e as reduções
do número, tamanho e peso de vagens e grãos
(Faria 1988). As perdas associadas à presença de B.
tabaci nas lavouras aumentaram após o surgimento
do biótipo B desta espécie, considerado mais
agressivo (Lourenção & Nagai 1994,
França et al. 1996). O
desequilíbrio ecológico causado pelo uso intenso
de pesticidas tem mobilizado diversos setores da sociedade, aumentando
assim a demanda pela produção orgânica,
biodinâmica ou agroecológica. Para reduzir o uso
de pesticidas sintéticos, produtos naturais como os extratos
botânicos, com baixa toxicidade ao homem e ao ambiente,
vêm sendo estudados para o controle de pragas e
doenças (Saxena et al. 1987, Koul et
al. 1989, Mordue & Blackwell 1993, Mordue &
Nisbet 2000, Carneiro 2002, Martinez 2002a, b). Dentre as plantas com
potencial inseticida, destaca-se o nim, Azadirachta indica A.
Juss., que encontra-se disponível no mercado em diferentes
formulações. Seus componentes ativos atuam sobre B.
tabaci, causando repelência,
deterrência na alimentação e
oviposição, redução na
viabilidade de ovos, além de
alterações no crescimento de ninfas e adultos
(Coudriet et al. 1985, Prabhaker et al.
1989, Asiático & Zoebisch 1992, Cubillo et
al. 1994, 1999, Souza e Vendramim 2000a, b, 2001, 2005,
Silva et al. 2003, Azevedo et al.
2005). Devido aos diferentes modos de ação e
complexidade da molécula da azadiractina, os insetos
dificilmente são selecionados para resistência aos
componentes do nim (Martinez 2002a). Os inseticidas à base
dessa meliácea podem ser facilmente produzidos dentro da
propriedade rural, sendo considerados menos poluentes que os produtos
convencionais. Além disso, possuem baixo poder residual,
oferecendo menor risco de intoxicação para
mamíferos e aves (Martinez 2002a). Outras plantas, como o fumo (Nicotiana tabacum L.) e a arruda (Ruta sp. L.), também têm demonstrado repelência a adultos de B. tabaci (Neal et al. 1994, Stansly & Liu 1994, Gómez et al. 1997). Visando aumentar o volume de informações sobre a eficiência do uso de extratos botânicos para o manejo de B. tabaci biótipo B em feijoeiro, foram avaliados os efeitos do nim (A. indica), do fumo (N. tabacum L.) e da arruda (Ruta sp.) sobre a oviposição deste inseto em casa-de-vegetação. Avaliou-se também a atividade residual do óleo de nim nas folhas de feijoeiro em casa-de-vegetação. Material and Métodos Os indivíduos
de B. tabaci biótipo B utilizados nos
experimentos foram criados em casa telada (9 m de comprimento x 8 m de
largura) da Embrapa Arroz e Feijão, localizada em Santo
Antônio de Goiás, GO. Para a
manutenção da criação foram
utilizadas plantas de feijão (Phaseolus vulgaris L.)
e soja (Glycine max L.). A
identificação da espécie de
mosca-branca foi feita por análise PCR-RAPD do DNA
genômico, no Laboratório de Biotecnologia do
Instituto Agronômico do Paraná, Londrina, PR. Duas horas
após a pulverização, vasos de
feijão previamente infestados com adultos da mosca-branca
foram agitados sobre as plântulas tratadas. A
infestação foi mantida em casa telada (9 m de
comprimento x 8 m de largura) por seis horas. Após isso, com
auxílio de um microscópio
estereoscópico, foi realizada a contagem do
número de ovos/folha. Utilizou-se o delineamento
inteiramente casualizado, com quatro repetições
por tratamento, considerando-se plantas com duas folhas
primárias como repetição. No
terceiro experimento (extrato de fumo) cada tratamento foi repetido
oito vezes. Resultados e Discussão Os extratos caseiros de folhas de nim e de arruda nas concentrações de 10, 20 e 30% (m/v) reduziram de 78,1 a 95,1% a oviposição da mosca-branca nas folhas do feijoeiro em relação à testemunha (Tabela 1). A redução da oviposição devido aos extratos caseiros de folhas ajustou-se melhor ao modelo quadrático para o nim (r2= 0,76, F = 23,1, df = 1, 15; P < 0,0003) e para a arruda (r2= 0,75, F = 11,5, df = 1, 15; P < 0,0048). Não houve redução significativa no número de ovos da mosca-branca quando as plântulas de feijão foram tratadas com o extrato comercial de folhas do nim (F = 0,34, df = 1, 15; P < 0,57) (Figura 1). Entretanto, pelo índice de oviposição, a concentração mais alta do extrato foi deterrente à oviposição da mosca-branca (Tabela 1). No segundo experimento, os óleos de nim, Dalneem e Nim-I-GO, reduziram o número de ovos próximo a 100% (Figura 2). A relação entre número de ovos e concentração dos óleos ajustou-se melhor ao modelo quadrático para o Dalneem (r2= 0,94, F = 75,2, df = 1, 15 P < 0,001) e para o Nim-I-GO (r2= 0,76, F = 41,7, df = 1, 15, P < 0,001). O Nimkol também reduziu significativamente o número de ovos da mosca-branca em relação à testemunha, porém essa redução foi inferior àquela observada com os dois primeiros. A curva de redução no número de ovos também foi melhor representada pelo modelo quadrático (r2= 0,87, F = 23,4, df = 1, 15, P < 0,0003). Através do cálculo do índice de oviposição, todos estes produtos inibiram significativamente a oviposição da mosca-branca (Tabela 1, experimento 2). Neste experimento, observou-se que as concentrações de 2,0% dos óleos de nim (Dalneem e Nim-I-GO) causaram fitotoxidade às folhas primárias do feijoeiro em casa de vegetação. Esse efeito não foi observado para o Nimkol, que é composto de uma mistura de óleo das sementes e extrato de folhas de nim. O número de ovos da mosca-branca foi reduzido significativamente com o aumento da concentração do extrato de fumo, para o terceiro (r2= 0,78, F = 10,2, df = 1, 31, P < 0,0033) e o quarto experimento (r2= 0,70, F = 10,1, df = 1, 19, P < 0,0055) (Figura 3). Nos dois experimentos, a curva de regressão foi melhor representada pelo modelo quadrático. Foram observadas reduções significativas na oviposição da mosca-branca em concentrações do extrato de fumo ³ 0,5% (Tabela 1, experimentos 3 e 4). No primeiro experimento para avaliar a persistência do produto Dalneem, observou-se redução significativa da postura da mosca-branca nas plântulas de feijão expostas aos insetos logo após a pulverização (dia zero) e dois dias após em todas as concentrações testadas, exceto para a concentração de 0,25%, independente se a pulverização foi realizada na página inferior ou superior da folha (Tabela 2). A redução na oviposição ajustou-se melhor ao modelo quadrático de regressão para a pulverização na face superior (r2= 0,68, F = 9,1, df = 1, 15, P < 0,01) e inferior (r2= 0,70 F = 6,7, df = 1, 15, P < 0,02) da folha logo após a pulverização (dia zero) (Figura 4). Dois dias após a pulverização, a oviposição reduziu-se linearmente com o aumento da concentração do óleo de nim nas faces superior (r2= 0,67, F = 28,2, df = 1, 15, P < 0,0001) e inferior (r2= 0,81, F = 60,5, df = 1, 15, P < 0,0001) das folhas (Figura 4). Após o quarto dia, houve uma redução linear no número de ovos com o aumento da concentração do óleo de nim, somente quando a pulverização foi realizada na face inferior da folha (r2= 0,32, F = 6,7, df = 1, 15, P < 0,02). A pulverização do óleo na face superior da folha não reduziu significativamente a oviposição da mosca-branca (r2= 0,11, F = 1,7, df = 1, 15, P < 0,20) (Figura 4, Tabela 2). No segundo experimento, quando o óleo do nim foi pulverizado na face inferior das folhas, a sua persistência foi ≥ 7 dias (Figura 5, Tabela 3). A redução do número de ovos ajustou-se melhor ao modelo linear para o dia zero (r2= 0,44, F = 7,8, df = 1, 11, P < 0,0193), dia cinco (r2= 0,55, F = 12,2, df = 1, 11, P < 0,0058) e dia sete (r2= 0,73, F = 26,7, df = 1, 11, P < 0,0004). No terceiro dia após a pulverização das folhas, a relação entre número de ovos e concentração do óleo de nim foi significativa para o modelo quadrático (r2= 0,81, F = 6,5, df = 1, 11, P < 0,0312) (Figura 5). O limonóide ou
tetranortriterpenóide azadiractina, considerado o composto
mais potente dentre os diversos compostos ativos presentes na
árvore do nim, concentra-se principalmente nos frutos e, em
quantidades muito baixas, nas demais partes da planta (Koul et
al. 1989, Mordue & Blackwell 1993, Martinez 2002a).
Apesar de a maior concentração da azadiractina
estar presente nos frutos, neste estudo tanto o extrato caseiro de
folhas de nim (Figura 1) quanto o óleo de sementes de nim
(Figura 2) foram eficientes em reduzir o número de ovos de B.
tabaci nas folhas do feijoeiro. Estes resultados indicam
que, mesmo em baixa concentração, a azadiractina
presente nas folhas pode alterar o comportamento da mosca-branca ou que
existem outros compostos ativos em A. indica que
também podem ter afetado a oviposição
do inseto. Algumas
hipóteses podem ser formuladas para explicar a
redução significativa na
oviposição da mosca-branca em folhas do feijoeiro
tratadas com extratos de nim, de arruda e de fumo, tais como: (1) Ovos
das diversas espécies de moscas-brancas apresentam um
pedicelo que é inserido nos tecidos da planta
através de uma fenda feita pelo ovipositor e uma
substância semelhante à cola é
secretada pela fêmea ao redor deste pedicelo (Byrne &
Bellows 1991). A presença de compostos
surfactantes no extrato de fumo e de compostos lipídicos no
extrato de nim podem ter afetado a eficiência dessa
substância, prejudicando a aderência dos ovos
às folhas. Cubillo et al. (1994, 1999)
demonstraram que produtos derivados do nim (Azatin EC, Margosan-O)
não repeliram nem mataram adultos de B. tabaci,
mas reduziram significativamente o número de ovos
depositados pela mosca-branca, sugerindo um possível efeito
direto do nim sobre a oviposição do inseto. (2) A
redução da oviposição de B.
tabaci por alguns extratos de plantas pode também
ser devida à repelência. Alguns trabalhos
demonstraram que extratos de plantas podem repelir adultos de B.
tabaci, resultando em menor
oviposição. Martinez (2002 b) relatou que algumas
espécies de insetos possuem quimioreceptores nos tarsos que
são capazes de detectar a presença da
azadiractina, reduzindo assim sua alimentação e
postura. Coudriet et al. (1985) observaram que
extratos aquosos de sementes de nim reduziram a
oviposição de B. tabaci em
folhas de algodão (Gossypium hirsutum
L.) por provocarem repelência dos adultos. O Azatin EC (3% de
azadiractina) e os extratos de frutos e folhas de Melia
azedarach L., planta da mesma família do nim,
repeliram adultos de B. tabaci em folhas de
tomateiro (Abou-Fakhr Hammad et al.
2000). Azevedo et al. (2005) e Silva et
al. (2003) relataram menor número de ninfas e
adultos de B. tabaci em folhas de meloeiro
tratadas com o óleo de nim, sugerindo um possível
efeito de repelência dos adultos. A repelência da
mosca-branca por extratos de plantas pode ainda resultar em menor
transmissão de viroses. Moazzam et al.
(2000) obtiveram total inibição da
transmissão do CLCuV (Cotton leaf curl virus),
uma virose do algodoeiro transmitida pela mosca-branca, devido
à repelência desse inseto após a
pulverização de folhas de algodoeiro
com extratos de folhas e óleo de nim a 1%. Em feijoeiro, o
extrato aquoso de folhas e frutos de M. azedarach,
reduziu em 45 a 60 % a transmissão do vírus do
mosaico dourado por B. tabaci no campo (Nardo
& Costa 1990). Posteriormente, Nardo et al.
(1997) observaram também que a mortalidade de adultos de B.
tabaci em plantas tratadas com extrato de M.
azedarach foi semelhante à mortalidade de adultos
mantidos em jejum, sugerindo um possível efeito deterrente
de alimentação devido à
presença do extrato. Os mesmos autores observaram ainda que
o extrato interferiu na transmissão do vírus
diretamente por reduzir a alimentação e
indiretamente por reduzir a população dos
adultos. (3) O efeito inseticida de extratos de plantas sobre os
adultos de B. tabaci pode reduzir indiretamente
o número de ovos da mosca-branca, conforme demonstrado por
Cubillo et al. (1999) e Gómez et
al (1997). Cubillo et al (1999)
observaram alta mortalidade de adultos de B. tabaci
em tomateiro por produtos à base de óleo de nim e
concluíram que isso repercutiu diretamente sobre a
redução da oviposição.
Gómez et al. (1997) observaram que o
extrato de folhas de arruda não causou repelência
dos adultos de B. tabaci, mas causou alta
mortalidade dos mesmos, o que resultou em ausência de
oviposição. Como no presente estudo, os adultos
da mosca-branca ficaram em contato com extratos por apenas seis horas,
provavelmente este tempo não tenha sido suficiente para
causar uma mortalidade significativa em adultos. (4) A
redução significativa na
oviposição da B. tabaci em
folhas tratadas com compostos extraídos das folhas de fumo
provavelmente foi devida à presença de
alcalóides e dos acil-açúcares
(composto de ésteres de sacarose e glicose). As
solanáceas do gênero Nicotiana
possuem alcalóides que são reconhecidos como
inseticidas desde 1746, agindo como inibidores de
alimentação e de oviposição
e causando mortalidade de insetos e ácaros (Neal et
al. 1994). O extrato de Nicotiana gossei
Domin (uma mistura de surfactantes de ésteres de sacarose e
glicose) foi tóxico para ninfas e repeliu os adultos de
B. tabaci biótipo B em algodoeiro (Stansly
& Liu 1994). Em outro estudo, a mistura de quatro
ésteres de sacarose extraídos de folhas de N.
gossei foi eficiente no controle de ninfas das
moscas-brancas B. tabaci e Trialeurodes
vaporariorum (Westwood) e reduziu a
alimentação e a oviposição
do ácaro-rajado Tetranychus urticae
Koch (Neal et al. 1994). Os
acil-açúcares presentes em Nicotiana
e secretados por tricomas de outros gêneros de
solanáceas também afetam o comportamento de
insetos. Por exemplo, os acil-açúcares presentes
no tomateiro silvestre, Lycopersicum pennelli
(Correll), reduziram a oviposição da
mosca-minadora Liriomyza trifolii (Burgess)
(Hawthorne et al. 1992) e em Solanum
berthaultii Hawkes (Lapointe & Tingey 1984, Neal et
al. 1990) e no tomate L. pennelli
(Goffreda et al. 1989, Rodriguez et al.
1993) os acil-açúcares foram deterrentes
à alimentação do pulgão Myzus
persicae (Sulzer). Além disso, os
acil-açúcares de N. gossei
apresentaram atividade inseticida sobre ninfas de T.
vaporariorum (Buta et al., 1993). (5)
A presença de compostos do grupo das furanocumarinas
provavelmente foi responsável pela
inibição da oviposição de B.
tabaci pelos extratos de arruda observada neste
trabalho. Cumarinas são compostos
secundários presentes em plantas da família da
arruda (Rutaceae), cuja atividade inseticida foi comprovada
para diversas espécies de pragas. Cumarinas
extraídas de Boenninghausenia albiflora
(Rutaceae) causaram 80% de mortalidade de insetos pragas de plantas
florestais, como Plecoptera reflexa, Clostera
cupreata e Crypsiptya coclesalis
(Sharma et al., 2006). Moreira et al.
(2007) observaram alta mortalidade de adultos de Rhyzopertha
dominica pela aplicação
tópica de cumarinas extraídas de Ageratum
conyzoides (Asteraceae). Furanocumarinas (bergapteno,
xanthonina e oxipeucedanina) isoladas também desta
espécie de planta apresentaram efeito deterrente da
alimentação de lagartas da espécie Spodoptera
litura (Escoubas et al., 1992). Agradecimentos
À Dra. Sueli Souza Martinez, pela
identificação do biótipo B de Bemisia
tabaci. À equipe do
laboratório de Entomologia, Dalva de Fátima
Bastos Gonçalves, Edmar Cardoso de Moura, José
Francisco Arruda e Silva e José Ribeiro Ottoni, pela valiosa
colaboração na instalação
dos experimentos. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e à
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - GO (SECTEC),
pela concessão da bolsa de pesquisa e suporte financeiro
(processo nº 19567987/01-VOL III). Literatura Citada
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